”Footbal Talks” recebeu Andreas Krannich, diretor- executivo da Sportradar que falou de uma recente preocupação no mundo do futebol: viciação de resultados.
As vítimas, segundo Krannich, são as casas de apostas, o desporto e as federações.
O tema revelou-se alarmante a 6 de fevereiro no jogo entre o Feirense e o Rio Ave. Um fluxo anormal de dinheiro apostado proveniente da China fez com que o mercado português de apostas desportivas ficasse suspenso.
Apesar de ser o caso polémico mais recente, o exemplo dado foi escolhido pelo diretor-executivo da Sportradar por se tratar de um jogo com grande movimento de mercados asiáticos: “80% vem do mercado asiático, que em virtude das odds interessantes e do facto de puderem apostar mais dinheiro, preferem apostar lá”.
Devido a essa elevada percentagem, Krannich revela que, em média, “em cada jogo da liga portuguesa são apostados 30 milhões de euros”. Um número que sobressai por cá.
O que se falou não é novo. Mas a revolução digital tem dificultado esta luta. O que antes era desconhecido, agora, quando se fala em viciação no futebol, em que é investido muito dinheiro, associa-se rapidamente a uma criminalidade organizada a nível internacional. “Os manipuladores, [quando se apercebem que as casas de apostas estão alarmadas], vão simplesmente para outro país – esse é o modus operandi – muito típico que vemos a uma escala mundial.”
Para solucionar, o “caminho certo seria se em todos os países fosse possível legislar de forma limpa todas as casas de apostas”, porque, para Krannich, a “proibição não funciona em nenhum mercado”, tal e qual como acontece com o álcool e as drogas.
No entanto, como diz o alemão, “o mundo ideal não existe”. Como prova, apresenta números que não são satisfatórios: desde 2009 foram descobertos 2900 jogos combinados, que daí saíram 200 culpados mas que apenas 24 foram julgados criminalmente.
A intervenção sobre match-fixing que fez levar ao “Football Talks” na última sexta-feira levantou um problema de uma “luta sem fim”. Andreas Krannich acredita encontrar soluções através de um caminho de prevenção, educação e vigilância.
A Academia disponibiliza a entrevista de Andreas Krannich à plataforma zerozero:
Fonte: Zerozero e sapo24